domingo, 17 de julho de 2011

Aposta


Conto premiado com o 1º Lugar no I concurso literário Farroupilha/RS -2008

Malungo


Pedro “Fézinha”, como era conhecido em sua comunidade, era obcecado por jogo de bicho. Ele já tinha ganhado algumas vezes em outros tipos de jogos. 1771: esses números não lhes saíam da cabeça; jogava todo santo dia na banca preferida.

Certa vez sonhou com sua casa e viu na parede os números preferidos. Acordou confiante; naquela manhã resolveu apostar um pouco mais alto: separou quase todo dinheiro da feira do mês. Tomou café e foi para a banca.

Apostou tudo naquele palpite.

Bem mais tarde, foi almoçar num restaurante. Na saída pegou vários guardanapos e colocou no bolso junto com o pule do jogo do bicho, atravessou a rua e foi pagar a conta de luz na lotérica em frente. A fila era grande, Pedro transpirava muito. Lembrou dos guardanapos no bolso, enxugou o suor da testa, jogando aquele bolo de papel no lixo.

No meio da tarde, saiu o resultado do dia. Na frente da banca, alguém aflito suava nervoso. Procurava nos bolsos alguma coisa que parecia importante. Estampado no primeiro prêmio podia se ver a milhar 1771.


Um comentário:

  1. uma órbita verbal que enrodilha labirintos de puro encantamento aos olhos e coração. parabéns, irmão!!! pelo teu verbo e site!!
    e olhe o meu:
    http://vocabulariodaraca.wordpress.com
    Cgurgel

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